Piranhas
DADOS GEOGRAFICOS Acessos: AL 225 e AL 220 Distância da capital: Localização: Microrregião do Sertão Limites: Olho D'Água do Casado, Pão de Açúcar, São José da Tapera, Inhapi e Rio São Francisco Clima: Tropical Temperatura: Máxima Altitude: Área: 409 km2 População: 23.910 habitantes Eleitorado: 13.413 Economia: Agricultura, Pecuária e Pesca. |
A fundação de Piranhas data do século XVIII, quando as famílias Feitosa e Alves começaram a desenvolver a região conhecida por Tapera. Com o surgimento da navegação a vapor, em 1867, o povoado teve impulso ainda maior, consolidando-se com a construção da estrada de ferro, que ligava o local a Penedo. Em 20 de julho de 1885, foi criada a freguesia sob a invocação de Nossa Senhora da Saúde.
A história do caboclo que pescou uma piranha, num riacho próximo, tornou a vila conhecida como “Porto da Piranha”. Com o tempo, com o progresso chegando à Tapera, o grande movimento no porto deu, definitivamente, nome à cidade.
Em 1891 conseguiu sua emancipação, passando a se chamar Floriano Peixoto. Somente, na entrada da década de 50 (em 1949) o município voltou a ser denominado Piranhas.
A região, que já foi refúgio do cangaceiro Lampião, investe maciçamente em suas belezas naturais, próprias para o Ecoturismo. Nas águas verde-oliva do Velho Chico é possível fazer um passeio até os cânions do rio, com paredões que chegam a atingir a altura equivalente a um prédio de 12 andares.
O município dispõe de algumas fazendas que oferecem programas de trilhas, banhos, pesca, além de uma excelente gastronomia e passeios pela caatinga. O cenário ainda tem como atração o Complexo Hidrelétrico de Xingó, cujo mirante dá vista para a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil, uma das sete maiores do mundo. Sua barragem criou um lago de 65 quilômetros de extensão no cânion, preservando a beleza natural da região.
Com ruas estreitas e muitos casarões coloniais dispostos ao longo do relevo ondulado da cidade, Piranhas guarda parte da riqueza cultural de sua história nas lendas do sertão. Parte deste legado pode ser conhecida no Museu do Sertão, acessível na estação ferroviária do local.
Entre as atrações que mais fascinam os visitantes, estão muitas peças referentes ao Ciclo do Cangaço e acessórios usados pelo homem do sertão. Entre os destaques festivos, estão a festa da padroeira Nossa Senhora da Saúde (24/01 a 02/02), as festas juninas e o carnaval.
Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião, nasceu em 7 de julho de 1897 na pequena fazenda dos seus pais em Vila Bela , atual município de Serra Talhada, no estado de Pernambuco. Era o terceiro filho de uma família de oito irmãos.
Lampião desde criança demonstrou-se excelente vaqueiro. Cuidava do gado bovino, trabalhava com artesanato de couro e conduzia tropas de burros para comercializar na região da caatinga, lugar muito quente, com poucas chuvas e vegetação rala e espinhosa, no alto sertão de Pernambuco (chama-se Sertão as regiões interiores e distantes do litoral, onde reinava a lei dos mais fortes, os ricos proprietários de terras, que detinham o poder econômico, político e policial).
Em 1915, acusou um empregado do vizinho José Saturnino de roubar bodes de sua propriedade. Começou, então, uma rivalidade entre as duas famílias. Quatro anos depois, Virgulino e dois irmãos se tornaram bandidos. Matavam o gado do vizinho e assaltavam. Os irmãos Ferreira passaram a ser perseguidos pela polícia e fugiram da fazenda. A mãe de Virgulino morreu durante a fuga e, em seguida, num tiroteio, os policiais mataram seu pai. O jovem Virgulino jurou vingança.
Lampião formou o seu bando a princípio com dois irmãos, primos e amigos, cujos integrantes variavam entre 30 e 100 membros, e passou a atacar fazendas e pequenas cidades em cinco estados do Brasil, quase sempre a pé e às vezes montados a cavalo durante 20 anos, de 1918 a 1938.
Existem duas versões para o seu apelido. Dizem que, ao matar uma pessoa, o cano de seu rifle, em brasa, lembrava a luz de um lampião. Outros garantem que ele iluminou um ambiente com tiros para que um companheiro achasse um cigarro perdido no escuro.
Comparado a Robin Hood, Lampião roubava comerciantes e fazendeiros, sempre distribuindo parte do dinheiro com os mais pobres. No entanto, seus atos de crueldade lhe valeram a alcunha de "Rei do Cangaço". Para matar os inimigos, enfiava longos punhais entre a clavícula e o pescoço. Seu bando seqüestrava crianças, botava fogo nas fazendas, exterminava rebanhos de gado, estuprava coletivamente, torturava, marcava o rosto de mulheres com ferro quente.
Antes de fuzilar um de seus próprios homens, obrigou-o a comer um quilo de sal. Assassinou um prisioneiro na frente da mulher, que implorava perdão. Lampião arrancou olhos, cortou orelhas e línguas, sem a menor piedade. Perseguido, viu três de seus irmãos morrerem em combate e foi ferido seis vezes.
Grande estrategista militar, Lampião sempre saía vencedor nas lutas com a polícia, pois atacava sempre de surpresa e fugia para esconderijos no meio da caatinga, onde acampavam por vários dias até o próximo ataque. Apesar de perseguido, Lampião e seu bando foram convocados para combater a Coluna Prestes, marcha de militares rebelados. O governo se juntou ao cangaceiro em 1926, lhe forneceu fardas e fuzis automáticos.
Em 1929, conheceu Maria Déa, a Maria Bonita, a linda mulher de um sapateiro chamado José Neném. Ela tinha 19 anos e se disse apaixonada pelo cangaceiro há muito tempo. Pediu para acompanhá-lo. Lampião concordou. Ela enrolou seu colchão e acenou um adeus para o incrédulo marido. Levou sete tiros e perdeu o olho direito.
O governo baiano ofereceu 50 contos de réis pela captura de Lampião em 1930. Era dinheiro suficiente para comprar seis carros de luxo.
Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938, na Fazenda Angico, em Sergipe. Os trinta homens e cinco mulheres estavam começando a se levantar, quando foi vítima de uma emboscada de uma tropa de 48 policiais de Alagoas, comandada pelo tenente João Bezerra.
O combate durou somente 10 minutos. Os policiais tinham a vantagem de quatro metralhadoras Hotkiss. Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros foram mortos e tiveram suas cabeças cortadas. Maria foi degolada viva. Os outros conseguiram escapar. O cangaço terminou em 1940, com a morte de Corisco, o "Diabo Loiro", o último sobrevivente do grupo comandando por Lampião.
A Estação Ferroviária de Piranhas
A estrada de ferro de Paulo Afonso, com 116 km de extensão, iniciou a construção do trecho até Piranhas em 1878. Em 1883 concluiu o trecho final da ferrovia até Jatobá, Pernambuco. A centenária Estação Ferroviária de Piranhas é um dos mais expressivos exemplos do patrimônio histórico edificado na região e apresenta características do estilo neoclássico: a simetria, os arcos, os balcões, os lambrequins e o uso do ferro fundido e do vidro.
A arquitetura do prédio guarda suas características originais, conservando os elementos decorativos que o caracterizam. Atualmente apenas uma parte do pavimento térreo está sendo utilizada para funcionamento do Museu do Sertão.
A Prainha de Piranhas
A Prainha possui uma extensão de 150 metros . Apresenta relevo ondulado com afloramento de rochas cristalinas, areia fina e de cor dourada. A vegetação é de coqueiros com entorno de caatinga. É propícia para banho próxima à margem, e deve-se ter cautela com a profundidade que chega atingir, em certos trechos, até 74 metros .
A ancoragem pode ser realizada de forma natural, para barcos de pequeno e médio portes. Encontra- se em regular estado de conservação. Possui bares e restaurantes, onde é possível saborear a famosa pituzada.
FOTOS: OSVALDO CAVALCANTE
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