..::.. Lagoas, mangues e ilhas ..::..

A natureza na sua essência

Marechal Deodoro está num ponto privilegiado de Alagoas. Além de uma parte belíssima do Oceano Atlântico o município também abrange, em seus limites, as mais belas e mais importantes lagoas do Estado: a Manguaba e a Mundaú.

Excelentes representantes da economia e do turismo alagoano, elas formam um complexo lagunar também de suma importância ecológica, por conta dos manguezais e da fauna diversificada que contêm.

A Lagoa Manguaba é uma ilustre personagem na natureza de Marechal Deodoro e, está inserida, quase na sua totalidade, dentro dos limites do município. Das 17 lagoas existentes no Estado, ela é a maior, com 34 quilômetros quadrados de extensão. Dela sobrevivem centenas de famílias que, diariamente, tiram das suas águas o sustento representado pelos peixes, moluscos e crustáceos. Assim acontece nos pequenos povoados deodorenses, como nos bairros formados à sua margem, na capital alagoana.

Muitos pescadores usam a pesca artesanal, servindo-se de uma espécie de armadilha, conhecida como caiçara, e capturam peixes como camurim, carapeba, bagre, tainha entre outros, que são vendidos aos restaurantes situados à margem das lagoas.

As 9 ilhas

Para quem vem de passagem pelo Paraíso das Águas, a visita pelo município de Marechal Deodoro pode começar pela água. Um passeio de barco, que começa no bairro maceioense Pontal da Barra, percorre nove ilhas situadas entre as lagoas Manguaba e Mundaú, num cenário pitoresco, onde as luzes e as cores da natureza dão um espetáculo imperdível.

São nove ilhas percorridas num intervalo aproximado de quatro horas. O guia, geralmente um morador da região, contará a história de cada lacustre e falará sobre a fauna, com espécies como lagartos, sururus e caranguejos e, a flora local, composta pelos extensos manguezais e a peculiar gaiteira, com suas raízes que crescem de cima para baixo.

Entre as divertidas e curiosas histórias contadas, há a da igreja de Nossa Senhora dos Remédios, que fica no alto de um morro. O templo só abre suas portas uma vez por ano, daí, os moradores da região aproveitam para casar ou batizar seus filhos.

Além de desfrutar de toda a paisagem e conhecer mais um pouco da história dos moradores deste paraíso, o turista não perderá a oportunidade de petiscar os fabulosos frutos do mar ou da lagoa encontrados com facilidade e fartura nos bares.

Manguezal

O ambiente, exclusivo das costas tropicais, os mangues são um elo fundamental da cadeia alimentar que começa com microorganismos e termina nos seres humanos. Encaixa-se na fronteira entre terra firme e mar aberto, apresenta certa diversidade vegetal, com predominância de pequenas árvores.

É preciso ter os olhos e o espírito preparados para enxergar a beleza do manguezal, com raízes que parecem tentáculos, solo de aparência pantanosa, moradia escura e lamacenta de diversos animais. É necessário olhar sem preconceitos para entender que o manguezal é uma das manifestações mais bonitas e complexas da natureza, ponto fundamental de uma cadeia alimentar.

Quando se olha um manguezal, a imagem que mais salta aos olhos é a das raízes aéreas e raízes-escoras, adaptações dos vegetais para sobreviver em condições adversas. Sua fauna é variada, além dos peixes, o lugar é também freqüentado por aves migratórias, moluscos e crustáceos típicos de estuários e lagoas.

O manguezal não constitui ambiente ou refúgio exclusivo para grande parte dos organismos que ali vivem. Mas é importantíssimo, e mesmo decisivo, para a sobrevivência desses seres, em vista das agressões que sofreram noutros ambientes. Além disso, é grande exportador de detritos orgânicos, favorecendo assim, a riqueza da fauna e da flora marinhas das regiões tropicais.

Esse ecossistema pode ser comparado a um supersistema filtrador de nutrientes e fabricante de matéria orgânica, de certa forma estável e auto-suficiente. Depende apenas do fornecimento de nutrientes inorgânicos das águas fluviais, mas é bastante sensível a modificações em seu equilíbrio. Qualquer alteração em sua capacidade de fixar nutrientes repercute não só no funcionamento do próprio manguezal, mas em sistemas interligados e até distantes dali.
Conheça mais com essas belas imagens:
FOTÓGRAFO: OSVALDO CAVALCANTE

Lagoas

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