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Visitar Marechal Deodoro é viver o incomensurável patrimônio que faz parte da história de Alagoas, do Brasil e do mundo. As mais antigas construções do centro histórico da cidade datam do século XVII sob a influência da colonização e arquitetura portuguesas.

A primeira capital de Alagoas guarda em todos os pontos uma mostra da forte religiosidade que imperava na época pelo considerável número de igrejas. Do ponto que vai desde a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, seguindo pela igreja de Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora do Amparo, Igreja de Santa Maria Madalena até o Convento e Ordem Terceira de São Francisco, as construções estão dispostas de tal maneira, que formam uma espécie de “polígono sacro”. No século XVIII as ruas que ligavam os templos foram consideradas como as principais da cidade, e atraíam os moradores das redondezas para as grandes festas e procissões durante a Semana Santa.

É impossível entrar em Marechal Deodoro e não sair mais rico culturalmente, a magia expressa em suas construções é tão forte, que a sensação que se tem ao vê-las, é de ter voltado ao passado.

Igreja Santa Maria Madalena / Convento de São Francisco

O início da construção da igreja e convento foi em 1684, apesar de dois anos antes dessa data já terem chegado na cidade os primeiros membros da Ordem Franciscana. Em 1689 foi terminada a capela-mor, depois disso, as obras foram paralisadas durante 30 anos, e apenas em 1723, o prédio foi concluído, mas toda a obra só foi totalizada em 1793 com a conclusão da fachada.

A imponência da construção se destacou diante da singeleza do casario circundante. A composição do conjunto arquitetônico é impressionante mesmo depois de alguns séculos, porque apesar da ação do tempo, a beleza e suntuosidade da construção impressionam.

A Igreja da Ordem 1ª de São Francisco, ou Igreja de Santa Maria Madalena apresentava internamente uma extraordinária suntuosidade. No convento o pátio interno tem ares de tempos medievais, por conta das colunas que sustentam os arcos em alvenaria com três cantos. Na parte superior do prédio funciona o Museu de Arte Sacra de Alagoas, que reúne todo o acervo religioso do município.

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco – anexa a Igreja de Santa Maria Madalena foi construída durante o século XVIII, possui fachada de estilo Rococó. Uma porta única, feita em folha almofada, dá acesso ao templo que tem mais três janelas de adorno.

Igreja do Senhor do Bonfim – primeira igreja construída no município de Marechal Deodoro. Não se sabe ao certo a data da sua construção, mas conhece-se o fato de o patrimônio ter sido estabelecido por Diogo Soares da Cunha, no ano de 1611. Sua fachada tem influência das igrejas franciscanas de outras cidades da região Nordeste. 

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição – Sem registros para precisar a data de construção da matriz de Nossa Senhora da Conceição, algumas fontes indicam que a mesma já existia em 1654 e que foi edificada pelo português João Esteves, em troca das terras do atual distrito de Massagueira. Foi queimada e destruída pelos holandeses quando da invasão do território.

No ano de 1672 os habitantes da vila voltaram a levantar o monumento, que foi concluído muito anos depois, em 1783. A obra é marcada pelo predomínio dos traços do estilo rococó.

Além de toda significação religiosa que inspira, foi na matriz, em 1819, que foi empossado o primeiro governador da Capitania de Alagoas. Em 1860, o Imperador D. Pedro I, juntamente com a Imperatriz Dona Teresa Cristina visitaram o monumento. Nesta igreja foi, também, celebrado o casamento do Major Mendes da Fonseca com Rosa da Fonseca. Assim como foram, neste templo, batizados todos os seus filhos, entre eles, Marechal Deodoro.

Igreja de Nossa Senhora do Amparo – o monumento teve sua pedra fundamental lançada em 1757. Em 1819 recebeu a imagem grande que fica no altar, quatro do crucificado e mais uma da caixinha. Em 1860 sua obra foi dada como concluída, apresentando fachada com frontão brasonado em volutas e ladeados por dois pináculos. Na parte de baixo, um óculo lobulado e duas janelas sob a porta principal almofadada. Neste mesmo alinhamento frontal está a torre com uma sineira. No ano de 1683 a irmandade de Nossa Senhora do Amparo foi instituída.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos – A edificação já existia por volta de 1777 sob a forma de capela, sendo orago de grande devoção entre os homens negros. Registros mostram que a construção do atual templo, maior que o anterior, foi iniciada em 1834 pela irmandade do Rosário. Sua fachada é marcada por traços neoclassizantes.


Convento e Igreja do Carmo

Igreja do Carmo – a obra de autoria dos religiosos carmelitas não tem data conhecida de construção, mas estima-se que seja anterior ao ano de 1715. Serviu de moradia para os religiosos que construíram o Convento do Carmo e, em 1872, passou a ser Capela do Cemitério do Carmo.

Convento do Carmo – também conhecido como Convento Caiado, sua construção teve início em 1722, mas nunca foi dada como concluída, por conta da quizila judicial entre os responsáveis pela sua construção, os religiosos carmelitas, e os franciscanos. Os dois grupos religiosos disputavam a soberania religiosa local.

Igreja de Nossa Senhora do Ó

Na Igreja de Nossa Senhora do Ó, começou a ser instalada a Irmandade da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo da Reforma Calçada, em 16 de julho de 1744. Muito tempo depois, em novembro de 1870, foi entregue ao culto público completamente restaurada e serviu de capela ao cemitério público da antiga capital alagoana.

Atualmente está em grau acentuado de arruinamento, mas ainda mantém a porta de madeira almofadada e conserva na sua fachada elementos estilísticos prováveis do século XVIII, frontão típico em curva e contra-curva, similar a muitos do mesmo período.

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