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BAIRROS HISTÓRICOS

Maceió possui diversos núcleos populacionais, entre distritos, bairros e povoados:

Distrito: O de sede, Maceió, o de Fernão Velho e o de Floriano Peixoto.

Bairros: Guaxuma, Jacarecica, Jatiúca, Tabuleiro dos Martins, Bebedouro, Pescaria, Riacho Doce, Barro Duro, Bom Parto, Centro, Farol, Gruta de Lourrdes, Jacintinho, Levada, Pajuçara, Pinheiro, Pitanguinha, Poço, Pontal da Barra, Ponta Grossa, Vergel do lago, Serraria,Feitosa, Tabuleiro Novo, Cambona, Cruz das Almas, Ponta da Terra, Canaã, Riacho Doce, Graça Torta,, Mangabeiras, Jaraguá, Chã da Jaqueira, Pontal da Barra, Chã de Bebedouro, Ouro Preto, Santo Amaro, mutange, Bela Vista, Rio Novo, Novo Mundo, Clima Bom, Tabuleiro do Pinto, Benedito Bentes, Ipioca.

Fazendas, sítios e lugarejos: São Bento, Riacho Grande, Santo Antônio dos Montes, Ponta Grande, Engenho, Prata, Barra do Pratagi, Sardinha, Juçara, Forte Estiva e São Gonçalo.

Os históricos e mais importante, entretanto, são:

Trapiche

A palavra “Trapiche”, segundo Aurélio Buarque de Holanda, significa um armazém de mercadorias importadas ou a exportar. Daí surgiu o nome do bairro, através dos armazéns de mercadorias, que chegavam da antiga capital com destino ao porto de Jaraguá. Tem localização privilegiada, próximo à barra, a lagoa e o mar. Seu porto funcionou até a década de 70, transportando mercadoria e passageiros entre Marechal Deodoro e Maceió. Dessa época restou a igrejinha de Nossa Senhora da Guia, bem próxima ao antigo porto.


Até 1959, o bairro contava com um serviço de bondes que percorriam vários pontos de Maceió. Os trilhos atravessavam toda a extensão da Avenida Siqueira Campos, uma das mais extensas da cidade, onde hoje restam poucas residências. Nos anos 60, veio o progresso com a construção do estádio Rei Pelé, popularmente conhecido como “Trapichão”, do Hospital José Carneiro, da Escola de Ciências Médicas, do Pronto-Socorro,  Ginásio do Sesi e o Pavilhão Multi-Eventos.
O antigo reduto de pescadores, a partir de 1970, tornou-se uma área tipicamente de classe média, com as ruas pavimentadas e arborizadas e dezenas de ônibus que levam passageiros para outros bairros, com o acesso podendo ser feito tanto pela Siqueira Campos, que ganhou pista dupla e boa iluminação à noite, como pela Assis Chateaubriand, na orla marítima. Ainda existem algumas poucas casas antigas, que continuam preservadas, lembrando o bairro no seu início.

O Trapiche dispõe de mercadinhos, padarias, farmácias, lanchonetes, bares, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais. Numa das ruas que interligam a Avenida Siqueira Campos a orla marítima, onde localizava-se o bar das Ostras, um dos mais antigos e famosos da cidade, atraia um bom publico, principalmente turistas. Outros bares, também são bastante movimentados nos fins de semana e em dia de jogo de futebol no Rei Pelé ou no Ginásio do Sesi.

Na Igreja matriz de São José são celebradas cerimônias religiosas e organizadas reuniões pelos moradores locais para a discussão de problemas do bairro. Um pouco mais adiante fica a capela Nossa senhora da Guia, a mais antiga do bairro, construída no século passado. Já existem templos de outras religiões, mas o catolicismo ainda é o mais atuante em meio aos seus moradores. Na entrada do bairro, contornando a lagoa Mundaú, encontra-se a imagem da Virgem dos Pobres, e logo depois, o famoso "Papódromo", onde o Papa João Paulo II abençoou os alagoanos, em sua visita à Maceió.

No final da Avenida Siqueira Campos, a Praça Pingo D'água simboliza os bons tempos da tranqüilidade e romantismo do bairro do Trapiche da Barra. Logo depois fica um outro largo, que servia de ponto de encontro dos passageiros que pegavam a lancha para ir até Marechal Deodoro. Partindo desse ponto, se aproxima o final do bairro, em fronteira com o Pontal da Barra, margeando a lagoa, chegando a avenida Alípio Barbosa, uma homenagem ao fundador do famoso Bar do Alípio.


 
 Fernão Velho

Fernão Velho detém uma população de mais de 10 mil habitantes, bem superior a dezenas de cidades alagoanas e é um marco na história da indústria têxtil de Alagoas. O barão de Jaraguá, José Antônio de Mendonça, inaugurou a primeira fábrica de tecidos da província, a fábrica Carmem, que funcionou por quase 140 anos e teve, no seu auge, cerca de 4 mil pessoas no seu quadro de empregados, seguindo todas as obrigações legais e trabalhistas vigentes.

A fábrica provinha, inclusive, serviços básicos aos moradores da região, que não dependiam dos serviços públicos. Até a coleta de lixo era providenciada pela fábrica, assim como escolas, postos de saúde, cinema, clube social, lojas, mercearias e outros serviços. Não havia necessidade dos moradores se deslocarem até a capital.

Como a fábrica era o principal empregador da região, no período de crise da indústria têxtil, com a subseqüente redução da produção, dezenas de trabalhadores se viram desempregados, passando a trabalhar em outros setores da cidade e voltando ao bairro somente para o pernoite em suas casas. Hoje, tudo depende da prefeitura, e o local sofre dos mesmos problemas de outros bairros da periferia.

Apesar do local já ter servido de palco para caçadas e treinamentos militares, a Mata Atlântica original do local está relativamente preservada, com uma extensa área verde ao redor do bairro, apenas tendo dado lugar a alguns loteamentos na parte mais alta. Outra atração natural é o açude, rodeado pela mata, e a visão da lagoa Múndau, que margeia o bairro.


Paisagem esta que ainda pode ser observada de forma privilegiada, pois a Companhia Brasileira de Trens Urbanos mantém, desde o século passado e até hoje, o serviço de trem aos moradores de Fernão Velho, com uma passagem barata e uma linda vista das margens da lagoa. A estação ferroviária já foi ponto de lazer para a população, principalmente os jovens e ponto de comércio para ambulantes.

Apesar da vocação industrial, o distrito sempre foi bastante festeiro, sendo visitado por gente da capital, Rio Largo, Satuba, Utinga e outras localidades servidas pela linha férrea. O Natal, o Ano Novo, a festa do padroeiro, o São João e os bailes do Recreio Operário, atraíam muitos visitantes que chegavam de trem para se juntar aos moradores.

No Carnaval, a população sai às ruas, com blocos, para se divertir num ambiente que forma uma grande família. O Festival da Mão de Vaca também faz parte do calendário festivo do distrito. Os bares e restaurantes servem os melhores pratos com uma culinária típica da região da lagoa, a música é ao vivo e o povo, festeiro e hospitaleiro.

Centro

O Centro de Maceió já teve vários nomes, como “Ladeira do Urubu”, “Beco do Sapo” e “Beco do Mijo, quando a cidade ainda era uma vila pertencente à Marechal Deodoro. Uma planta feita por engenheiros franceses em 1820 traçou as ruas do Centro, que permanece com o mesmo traçado desde então.
Essas ruas ainda conservam seus nomes originais, como rua do Sol, Livramento, Boa Vista, Alegria, Beco de São José, Beco da Moeda, Rua Nova e a Avenida da Paz, onde está localizado o clube Fênix Alagoano, antigamente o clube mais aristocrático da cidade. A biblioteca pública da cidade fica próxima à Rua do Sol, onde antes se localizava o Palácio do Barão de Jaraguá, antiga sede do governo.

As igrejas seculares do Centro, que ainda conservam sua arquitetura original, são: a Igreja da Catedral (Nossa Senhora dos Prazeres), do Rosário, dos Martírios e do Livramento. Na Catedral existem relíquias deixadas pelos portugueses, como a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres, a padroeira da cidade. Essas igrejas celebram missas diariamente, freqüentadas pela população dos arredores.

A Catedral foi inaugurada em 1859, pelo imperador Dom Pedro II. É dela que sai a procissão que atrai um maior número de fieis em Maceió, dedicada à padroeira da cidade, Nossa Senhora dos Prazeres, no dia 27 de agosto.

Alguns prédios antigos também preservam sua arquitetura original, como o Ministério da Fazenda, a Assembléia Legislativa, o Instituto Histórico, a Escola Técnica de Comércio, o Museu Pierre Chalita, o Palácio do Governo, a Secretaria da Agricultura, o Teatro Deodoro, a Academia Alagoana de Letras e outros.

A Praça Don Pedro II, com suas palmeiras imperiais, é ponto de encontro daqueles que se dirigem à Assembléia Legislativa. A dos Martírios também serve de encontro de quem pretende ter alguma conversa com políticos que se dirigem ao Palácio do governo. Na Praça Deodoro, aposentados conversam, enquanto evangélicos eufóricos professam sua fé, chamando a atenção dos transeuntes.

A partir da década de 60 o centro se modernizou, com a construção de edifícios de escritórios, como por exemplo, o famoso edifício Breda. A Avenida da Paz passou a ser considerada área comercial (antes era considerada área residencial para a burguesia), sendo ocupada com escritórios, lojas e repartições públicas, assim como os arredores das praças Deodoro e Sinimbú. Outras praças, como a Dona Rosa da Fonseca e a Napoleão Goulart, tiveram de ser destruídas.

Infelizmente essa modernização em alguns casos acabou por se tornar descontinuada, ocasionando uma situação de abandono e descaso na manutenção de algumas partes do Centro. Por muitos anos (década de 60 e 70), a Praças dos Martírios foi uma atração, com sua fonte luminosa construída pelo governador Luiz Cavalcante, hoje abandonada. E a Praça Sinimbu tinha o “mijãozinho”, escultura de um menino que fazia “pipi” sem parar, chamando a atenção da criançada, além de dispor de brinquedos e outros espaços de lazer.

Apesar do fato de ser Maceió a única capital brasileira que dispõe de uma praia no Centro comercial, com a enseada da Avenida com Sobral já tendo abrigado os mais importantes hotéis e bares da cidade. Mas, Hoje, ela se encontra poluída, com o calçadão se destruindo, fraca iluminação e pouco policiamento. Os hotéis “Luxor” e “Beira-Mar” fecharam suas portas e os casarões foram descaracterizados, quando não derrubados. A parte da ciclovia, que passa pelo trecho se transforma num riacho no inverno.


Farol

A denominação do bairro originou-se de um farol que foi instalado no Planalto da Jacutinga, seu nome original. Com o tempo se tornou preferência de moradia dos maceioenses mais abastados, que moravam em Bebedouro até o início do século, devido provavelmente à sua proximidade com o Centro da cidade.

É um local de clima tranqüilo e brisa leve, com ruas sossegadas, com exceção apenas da Avenida Fernandes Lima, via de grande tráfego da cidade. A antiga Rua do Seminário (hoje, Avenida Dom Antônio Brandão) era uma das preferidas pela alta classe e burguesia maceioense. Uma das residências que continuam intactas até hoje é a do médico Ib Gatto Falcão. Assim como o Seminário Arquidiocesano.

Das décadas de 40 e 50 é impossível não destacar a presença dos bondes, que eram os únicos meios de transporte público, servindo a vários bairros da cidade e a todos os segmentos da população, pois mesmo entre os mais abastados o carro era um bem raro, na época. Servia a trabalhadores, donas-de-casa e, notadamente, os estudantes eram freqüentadores assíduos desse charmoso meio de transporte, quem viveu essa época sente saudades do diferente ritmo de vida de então.

Nos anos 60, quando a televisão ainda era coisa rara, quem queria assistir aos programas da época tinha a opção de se deslocar até o parque Gonçalves Ledo, pois a prefeitura implantara, ali, um aparelho de TV preto-e-branco para a população. No fim-de-semana, grande parte do público era composta por jovens, que assistiam aos famosos programas da Jovem Guarda.

Atualmente o cenário do bairro não é mais o mesmo, pois a maioria das casas antigas foi derrubada ou descaracterizada; o Farol se tornou um importante centro comercial da cidade, com lojas dos mais variados tipos e tamanhos, além de consultórios e hospitais médicos, agências bancárias e outros estabelecimentos. Ainda restam poucas mansões, em ruas transversais, de menor circulação.

Na região, também ficam os mais tradicionais colégios de Maceió, o colégio Marista, o Sacramento e o Madalena Sofia. Escolas que formaram e educaram alagoanos, que foram destaque em vários momentos da história de Alagoas e do Brasil. Cada uma delas dispõe de uma capela para cerimônias religiosas, assim como seu próprio capelão. No Farol reside o arcebispo metropolitano,  e o Seminário e Convento dos Capuchinhos.

Além de contar, também, com outras escolas, menores, mas igualmente importantes na história de Maceió (como o colégio Batista, o Santa Terezinha e o Guido), abriga o maior complexo educacional do país: o antigo Cepa, com vários colégios de primeiro e segundo graus, mantidos pelo governo estadual.

Grande parte da burguesia alagoana, ainda reside no Farol, desta vez em imponentes edifícios luxuosos, construídos com alto padrão imobiliário, direcionado especialmente para pessoas de grande poder aquisitivo. Devido à área ser um planalto, os prédios proporcionam uma bela vista da orla marítima da cidade.

Cruz das Almas

O povoado do local se iniciou a partir de uma rua próxima à rodovia de acesso ao Litoral Norte de Alagoas. Algumas casas foram surgindo, formando uma povoação, com uma igreja, escola e posto de saúde (a viagem dos moradores até o Centro da cidade era muito extenuante e trabalhosa). No princípio, Cruz das Almas detinha apenas  uma mercearia para venda de secos e molhados, no pequeno espaço em frente à Igreja.

Essas estruturas, todas muito próximas, formam um pequeno “Centro”, uma praça, cortado pela rodovia que dá acesso ao norte. Na década de 50, oficialmente se tornou um bairro de Maceió, tendo sua população triplicada nos últimos 20 anos.

Ali se construiu o primeiro conjunto habitacional da Cohab, nos anos 70, num antigo sítio de coqueiros. São dezenas de casas, a maioria já remodelada, que formam várias ruas com nomes dos municípios alagoanos. Sua construção atraiu novos moradores, impulsionando o crescimento do comércio local. A Praça Ganga Zumba, com um monumento ao Quilombo dos Palmares, foi construída no conjunto, à beira-mar.

Por ser isolado e distante, o bairro foi escolhido pela prefeitura para ser o depósito de lixo da cidade, sediando a Cobel (Companhia Beneficiadora de Lixo). Na época de inverno, a falta de saneamento nas ruas estreitas, revoltava os moradores que somente após vários anos de luta e protesto, conseguiram uma melhor infra-estrutura. Apesar de muitas ruas ainda não terem sido pavimentadas, já recebem água canalizada e são iluminadas. As ruas que dão acesso à orla marítima, partindo da AL-101 Sul, possuem várias casas comerciais.

Há pouco mais de 30 anos, a praia de Cruz das Almas era desconhecida da maioria dos alagoanos, não dispunha de acesso, e era completamente formada por sítios de coqueiros. A urbanização, a Al 101-Norte e a construção de uma avenida na orla tornaram a praia um conhecido local para a prática de surf.

A sua localização, entre o morro e o mar, a beleza de suas praias e a vantagem de estar convenientemente distante do burburinho da cidade, tornaram o local um importante ponto de investimento turístico, com a abertura de bares, restaurantes, pousadas e hotéis de luxo.

A Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, à beira-mar é urbanizada e possui barracas e bares. Os hotéis e pousadas também se multiplicam. O primeiro empreendimento de luxo foi o “Hotel Matsubara”. Além dele, existe também outros grandes hoteis.

O restante do bairro é todo moderno, com muitas mansões e edifícios de apartamentos. O comércio vem se expandindo em Cruz das Almas, depois da afluência dos turistas e dos novos moradores.

Jacintinho

O antigo sítio, até os anos 40, formado basicamente por Mata Atlântica, com pequenas e esparsas casa de moradores é, hoje em dia, considerado o maior bairro de Maceió. O nome atual é uma referência ao rico proprietário Jacintho Athayde, descendente de portugueses, que morava próximo ao local. Era um burguês muito respeitado, uma espécie de “médico” da população local, ajudando-os com suas “garrafadas”, que aliviavam suas enfermidades. A fachada original do seu casarão continua preservada até hoje.

Na década de 50, época da entressafra da cana-de-açúcar, começaram a chegar ao local muitos imigrantes, atraídos pelas possibilidades de emprego na capital, e o local começou a ser povoado de forma intensa, com a madeira da mata sendo utilizada para erigir as casas dos novos habitantes.  Os primeiros moradores ainda cultivavam roças com o plantio de milho, mandioca e criavam gado. Foi então que o local passou a ser conhecido como Jacintinho.
Com a demanda, surgiram pequenas mercearias e o comércio cresceu. A fé católica gerou a construção da primeira igreja, enquanto abriam-se novas ruas, até que, no final da década de 1960, se construiu o conjunto habitacional da Cohab.

A energia elétrica chegou à região em 1950, quando a água consumida pela população ainda vinha da cacimba do Reginaldo. Em 1968, o bairro ganhou a primeira linha de ônibus coletivo.


Com o constante afluxo de novos habitantes, a maioria vinda do interior, surgiram novas favelas, e o bairro começou a crescer de forma desordenada. O crescimento provocou a divisão do bairro, formando “bairros” menores: hoje existem o Jacintinho, o Jacintão, a Grota do Cigano, Aldeia do Índio, Piabas, Grota do seu Arthur e Alto do Boi. Cada um deles com seu histórico particular. O Jacintinho atinge, atualmente, uma população total superior a 200 mil habitantes. É comparativamente maior do que o de qualquer cidade do interior do Estado.

O comércio é o ponto de destaque do bairro, abrindo inclusive aos domingos e feriados, quando em geral os outros estabelecimentos da cidade estão fechados. Os tipos de negócios funcionam normalmente: supermercados, mercadinhos, lojas de tecidos, confecções, calçados, bijuterias, açougues, farmácias, uma feira-livre que atinge varias ruas, e até uma agência bancária.  O bairro é também sede de uma emissora de rádio, de uma transmissora de TV e de empresas de rádio-táxi, por estar localizado na parte alta de Maceió.

Pelo mesmo motivo, ergue-se no local o Farol de Maceió, de responsabilidade da Capitania dos Portos, numa área de 17.424 metros quadrados. Antes situado no alto da Jacutinga (Farol), ele apresenta visibilidade num raio de 85 quilômetros, de Jacarecica até a Barra de São Miguel. Pintado em preto-e-branco, ilumina a noite maceioense, auxiliando a navegação das embarcações que visitam nossas águas. Estando em bom estado de conservação, também tem como atração seus 136 degraus, em escada, estilo caracol. Quem subir até o topo terá uma visão privilegiada de toda a cidade e orla marítima.


Jatiúca

O sítio Jatiúca com um belo casarão e circundado por coqueiros (o nome Jatiúca, de origem indígena, significa “caminho de carrapatos”), localizado à beira-mar, no chamado “lado antigo”, é identificado como sendo a origem do bairro. Ele é, hoje em dia, preservado pelos herdeiros do historiador e folclorista Théo Brandão.

O bairro, na verdade, cresceu distante da orla, na década de 60, com a construção, pela Cohab, dos conjuntos Castelo Branco, Pratagy e Santa Cecília. A motivação para a construção desses conjuntos e o desejo dos novos habitantes, que não queriam ter de se deslocar até o Centro da cidade, motivou a abertura de novas ruas e estabelecimentos comerciais. Assim, o local foi, continuamente, sendo mais e mais valorizado. Os prédios, de dois andares, continuam conservando a mesma arquitetura.

A ascensão, em duas frentes, foi tão rápida, que existe, até mesmo, diferentes denominações para as partes que compõem o Bairro: De um lado, a “Baixa Jatiúca” (parte mais antiga, nas proximidades dos conjuntos habitacionais) e “Jatiúca Burguesa”, (mais perto da orla marítima).

Ao final da década de 80, a Jatiúca já era um bairro nobre. Construiu-se o Shopping Center Iguatemi na divisa com Mangabeiras. Hoje a Jatiúca é um dos metros quadrados mais valorizados da cidade. Cada espaço é disputado pelas construtoras para edificar modernos prédios de apartamentos, mansões e hotéis. Dois deles o “Jatiúca” e o “Meliá”, de alto padrão (cinco estrelas), embelezam e movimentam a economia do bairro, sendo conhecidos em todo o país.


A Igreja do Divino Espírito Santo é uma das mais conhecidas e freqüentadas de Maceió. Foi construída com o apoio da comunidade e é possuidora de grande beleza, com vitrais e painéis sacros. As missas de final de semana são freqüentadas por católicos de diversos bairros da capital, sendo palco de casamentos, batizados e outras cerimônias.

Existem ainda mini-shoppings com lojas dos mais variados ramos. O setor de serviço também optou pelo bairro, mediante a instalação de consultórios, escritórios, salões de beleza, oficinas mecânicas e outros serviços indispensáveis ao público geral.

O bairro é referência na vida noturna da cidade, com bares, boates, casas de show e restaurantes “da moda”, localizados em sua maioria no loteamento Stella Maris.

Bebedouro

O bairro de Bebedouro já foi o preferido da elite alagoana, que construíam seus casarões na rua principal, próximo à lagoa Mundaú e a linha férrea. Considerado um dos mais antigos da capital alagoana, serviu como reduto para o português Jacintho Nunes Leite e para o Major Bonifácio Silveira, que futuramente empreenderiam o progresso local.

Curiosamente, o Bairro é lembrado pelas inúmeras festas e pelos maiores manifestos políticos. Na época do Major, Bebedouro era pura festividade. Os maceioenses se deslocavam para lá, de bonde ou de trem, e participavam de seu Natal e Carnaval, que permaneceram famosos, por mais de três décadas. A praça principal se convertia num imenso parque de diversões, num esplendoroso salão de dança. As retretas, o pastoril, o guerreiro, o coco, a chegança e outras manifestações folclóricas, além das barracas de bebidas e guloseimas, eram tradicionais nas celebrações.

Mas, não só de festejos vivia Bebedouro. O local foi cenário para verdadeiras guerrilhas, como a dos Lisos e Cabeludos. Os políticos se reuniam sempre no populoso bairro para divulgar suas propagandas políticas em tempos de eleições. A Praça Lucena Maranhão era um centro de comícios, atraindo eleitores das diversas localidades do município.

Os casarões, apesar de a maioria já descaracterizada, continuam sendo marcas registradas do lugar. O Colégio Bom Conselho, na Rua Cônego Costa, com a rústica capelinha e os salões imensos com móveis coloniais; O casarão da família Nunes Leite (“O Solar dos Nunes”) e da família Leão (atualmente, a Clínica de Repouso Dr. José Lopes de Mendonça); entre outros, remetem aos tempos de ouro do bairro.


A Matriz de Santo Antônio, famosa pelos belíssimos azulejos portugueses, importados pelo Comendador Jacintho Nunes Leite, é outra riqueza histórica, que Bebedouro carrega. Nela, ainda hoje, são realizados, batizados, casamentos e outros atos religiosos.

Situada na principal praça, nas festas de Santo Antonio e Natal, é o ponto de encontro dos moradores e visitantes. O coreto, que ornamenta a praça, também foi obra do Comendador Jacintho Nunes Leite.

A história de Bebedouro está intrinsecamente ligada à família Nunes Leite. O Comendador Jacintho, ao chegar ao local, construiu a casa grande e ergueu um engenho de açúcar. Tais realizações possibilitaram o progresso, que chegou aos poucos, até se converter no espaço urbano, predileto da burguesia do século passado. O libertário Jacintho Nunes sempre estava em defesa do desenvolvimento econômico e social de Maceió, tornando-se antipático, em meio aos senhores de engenho: ele comprava escravos e, logo em seguida, libertava-os.

Sua trajetória, entretanto, começou no comércio, quando inaugurou uma loja de ferragens na Rua do Comércio, a Jacintho Leite & Cia. Ltda. Depois comandou a Fundição Alagoana, em Jaraguá, a fábrica de tecidos de Fernão Velho, a companhia de bonés de Maceió, e implantou o serviço de abastecimento de água de Bebedouro, pioneiro na cidade.

Origem das principais ruas de Bebedouro:

- Ladeira do Calmon: Recebeu essa denominação por causa do farmacêutico e dentista Salvador Calmon de Siqueira, nascido na Bahia (mas radicado em Maceió), que na ladeira construiu uma casa. Pela capital alagoana, elegeu-se deputado e vice-prefeito. Esteve à frente dos negócios municipais por pouco tempo, devido à agitação política da época.

- Rua Bernardo Mendonça: A antiga rua do Cardoso ganhou a nova denominação em homenagem ao Dr. Bernardo de Mendonça Castelo Branco, que foi deputado por Alagoas e prestigioso chefe do Partido Conservador.

- Rua Faustino Silveira: Seu patrono foi o professor da Escola Normal, jornalista e despachante federal, que residiu em Bebedouro por muito tempo.

- Rua Cônego Costa: A antiga Rua do Comércio é a principal do bairro e, também, a mais movimentada. Nela, está localizada a maior parte das casas comerciais, além do majestoso Colégio Bom Conselho. Antonio José da Costa, sacerdote e político exaltado, foi proprietário do Jornal Diário de Alagoas, o primeiro que circulou diariamente, em Maceió.

- Rua Carteiro João Firmino: Assim começou a ser chamada, devido a um carteiro aposentado, muito popular e estimado do bairro.


HISTÓRICO BAIRRO DE JARAGUÁ

A origem da cidade de Maceió a partir do engenho não é aceita por todos os historiadores e alguns afirmam que, quando vieram de Santa Luzia do Norte, os fundadores do engenho já encontraram um pequeno povoado de pescadores e entreposto de embarque de mercadorias, aí localizados devido às qualidades ancoradouro natural de Jaraguá. O engenho não teve vida longa, mas o povoado prosperou por causa do porto e do comércio e a população rural foi, gradativamente, recuando e ocupando áreas mais afastadas.
  
Apesar da divergência de opiniões, sabe-se que a cidade de Maceió, de uma forma geral, e especificamente o bairro de Jaraguá tiveram um desenvolvimento paralelo, baseado principalmente no comércio de açúcar, algodão, fumo, madeiras de construção civil e naval, farinha de mandioca e couros, que vinham do interior transportados em carros  de- boi e comboios de mulas. Os comerciantes do povoado compravam a mercadoria do Porto de Jaraguá, onde  era a porta de saída para a exportação.


O povoado de Maceió se desenvolveu e três planos: Jaraguá na parte mais baixa, diante do ancoradouro; o centro, originado do engenho, um plano médio acima dos manguezais e pântanos formados pelo riacho; a parte alta, no planalto do Jacutinga.
  
Entre o bairro de Jaraguá e o restante do povoado, o riacho e o manguezal formavam uma série barreira física, transposta de jangada até pouco depois de 1817, quando foi construída a primeira ponte de madeira.

Quando Alagoas conseguiu sua emancipação, no ano 1817, a Câmara decidiu preparar a cidade para a chegada do primeiro presidente da província. Mandou numerar as casas (que nessa época já precisavam de licença para construção e tinham que obedecer ao alinhamento estabelecido) e institui alguns serviços, como vigilância dos pesos e medidas, a limpeza das vias publicas, caminhos viciais, a conservação de estradas e logradouros públicos, entre outros.

O presidente chegou, em dezembro de 1818, e preocupou-se com o desenvolvimento urbano de vila. Mandou elaborar sua planta, encomendou estudos para refazer os traços das ruas, recomendado que fossem retiradas, pois, abertas pelos carros-de-boi, eram ruas muito tortuosas. Foi por sua ordem, que foi construída a ponte de madeira sobre o riacho Maçayó.

Maceió ainda não era a capital da província, posto ocupado pela Vila de Alagoas, atual Marechal Deodoro. Entretanto, pelo fato de ter o ancorado de Jaraguá, esta se transformaram num centro comercial de importância.

A chegada do presidente da província e a instalação, em Maceió, alguns serviços públicos importantes, iniciaram a disputa entre as duas vilas. Alagoas, mais antiga, reclamava para si a preferência, garantida pela tradição, enquanto acusava Maceió de “espúria”, por ter sido formada por “comerciantes e biscateiros”, sem tradição alguma. Só em 1839, entretanto, a capital foi transferida oficialmente para Maceió.


Em 1868 Maceió tinha 53 ruas, uma travessa e seis praças, sendo que apenas duas ladeiras e um trecho da Rua Sá e Albuquerque eram calçados com pedra bruta e a Rua do Comércio macadamizada. As outras não possuíam nenhuma pavimentação. Com a República e a maior autonomia dos municípios houve um desenvolvimento mais rápido.

Muitas ruas foram abertas, outras alargadas, outras ainda retificadas. As testadas das casas particulares foram calçadas com lajes, formando passeios laterais nas ruas e praças que, por sua vez, foram pavimentadas com paralelepípedos, macadame e pedras irregulares, com esgoto para escoamento das águas pluviais.

Como Maceió não conheceu verdadeiramente o período colonial, sua arquitetura tradicional era típica do Segundo Reinado: casas geminadas, quase sem ventilação, azulejos nas fachadas, balaustradas de ferro ou de pedra no andar superior, enfeites no alto (pinhas, figuras mitológicas, jarros, abacaxis). Pouco dessa arquitetura ficou preservada, sendo a maior concentrarão de prédios históricos localizada no bairro de Jaraguá.

Entretanto, a versão histórica de que o município teria se originado em Jaraguá, por contradizer a teoria predominante, segundo a qual a cidade surgiu a partir do engenho, não é muito aceita.

O que todos concordam é que o bairro começou a se definir como cidade a partir de 1868, quando começaram a ser inaugurados ramais ferroviários, pontes, a casa do Consulado Provincial, onde atualmente é o Museu de Imagem e do Som (Misa). Em 7 de setembro de 1870 foi inaugurada a primeira ponte de desembarque do porto, Maceió então passou a receber de Portugal e de Grã-Bretanha diversos produtos.

Esse fato provocou o surgimento de lojas sofisticadas, residências imponentes e clubes sociais. É quando Jaraguá consolidou a tendência para o bairro residencial de famílias ricas, o que vinha sendo esboçada a partir do século XVIII. Duas décadas mais tarde, o bairro já possuía quatro trapiches alfandegários, cinco armazéns de grande porte, nove pontes de embarques de carga e passageiros, fábricas de vinagre, refinaria, duas agências bancárias, cinco agências de navegação.

Jaraguá contava ainda com Associação Comercial, companhias de trilhos urbanos, União Mercantil e a Companhia de Navegação de Alagoas. Jaraguá chegou a ser o terceiro porto do Brasil por volta de 1910.

A verdade é que Jaraguá cresceu devido à importância de seu porto. A essa importância, também, Maceió deve sua escolha para ser capital da província, substituindo a velha vila das Alagoas cuja localização, distante do porto mais próximo, o do Francês, não lhe permitiu acompanhar o acelerado movimento comercial que Maceió conheceu, sobretudo a partir da República.

Jaraguá chegou a ser um bairro residencial importante, na segunda metade do século XVIII, quando os comerciantes aí estabelecidos construíram sobrados para abrigar, na parte térrea, seus estabelecimentos comerciais e no andar superior, as suas residências. Prosperado o comércio no bairro, as famílias mudaram-se para à Rua Barão de Jaraguá, situada atrás do principal corredor comercial, no caso, a Rua Sá e Albuquerque.



Em 1891 Jaraguá tinha quatro trapiches alfandegados, cinco grandes armazéns, nove pontes para embarque/ desembarque de cargas e passageiros, duas fundições de ferro e bronze a vapor, uma refinaria a vapor, uma fábrica de vinagre, duas agencias bancárias, cinco agencias de navegação (nacional e estrangeiras), a Associação Comercial de Maceió, a Companhia de Trilhos Urbanos, os escritórios da Companhia de Navegação das Lagoas e a união Mercantil. Sua importância comercial era grande, mas sempre marcada pelo comércio de grande porte. Os moradores que quisessem comprar produtos rotineiros de uso doméstico tinham que ir até o centro para encontrá-los.

Em 1911 foi calçado o Aterro de Jaraguá  hoje Avenida Duque de Caixas, área conquistada do manguezal existente junto ao riacho. Em 1942 foi inaugurado o Cais do Porto, trazendo um movimento muito maior para a área do bairro porque começaram a portar mais e maiores navios.

A reboque desse crescimento, vieram os marinheiros e as prostitutas, intensificando-se tanto essa atividade que todas as famílias que tinham condições de lá se mudaram, procurando outros bairros de Maceió.

A cultura da cana-de-açúcar, principal atividade econômica do Estado de Alagoas, teve poucos períodos de estabilidade, sempre marcada pelos problemas climáticos da região, e também, pelos problemas políticos que criaram rivalidades entre o Nordeste e o Sudeste brasileiro.

Região menos rica e sujeita a grandes secas, Alagoas progrediu muito lentamente e o reflexo disso pode ser visto no próprio Porto de Jaraguá, que chegou a ser o terceiro porto do Brasil, por volta de 1910. Mas que por muito tempo teve seu crescimento estagnado. Talvez, por essa razão o bairro é tão atípico se comparado a outras áreas portuárias do Brasil.


O meretrício instalado em Jaraguá afastou as famílias, mas estabeleceu no bairro uma vida noturna que chegou a ser tradição em Maceió. Quando houve a queda do movimento no Porto, o meretrício também foi removido de Jaraguá e instalado em outra área.

O que manteve o bairro e a área histórica, relativamente, preservados, provavelmente, foi o tráfego de passagem que nunca deixou de existir, já que Jaraguá interliga o centro de Maceió e os bairros do litoral norte. Esse tráfego garantiu um nível de atratividade para a área e o funcionamento do comércio, que se tornou cada vez mais pesado. O uso residencial permaneceu, com menor expressividade, sempre nas ruas que se distanciam da orla marítima.

Em trechos do bairro surgiram vários bolsões de residências de baixa renda. A proximidade do porto e o ancoradouro protegido induziram a formação de uma colônia de pescadores que cresceu e constitui, hoje, uma favela na beira da praia.

Sendo uma área portuária; Jaraguá tem sua arquitetura marcada pelos grandes armazéns de açúcar que desempenham função importante, enquanto o açúcar era exportado ensacado.

Posteriormente, com a modernização dos canais e a exportação sendo feita na sua maior parte, com açúcar a granel ou melaço, os armazéns perderam sua função, passando a abrigar diversos usos, tais como depósitos, grandes lojas, bancos, estacionamentos e até armazéns para outros produtos.



De início o bairro era maior. Um dos seus limites tradicionais sempre foi o riacho Maçayó  hoje Salgadinho  que tinha seu leito natural diferente do traçado do canal por onde ocorre atualmente para desembocar no mar.

Quando foi construído o canal, em 1944, o curso do riacho foi retificado, diminuindo a área do bairro. Mas a construção do cais, em 1944, provocou um grande assoreamento que aumentou a área da Jaraguá, permitindo a construção de mais uma avenida na orla  continuando a Avenida Duque de Caxias  e criando os terrenos onde estão instalados a Federação de Vela e Motor, a Sede dos Escoteiros do Mar, entre outros, e a própria Vila dos Pescadores, também conhecida como favela Beira-Mar.

Com o florescimento do comércio, Jaraguá passou a ser utilizado apenas como um elo entre o centro da cidade e os bairros nobres da orla. Seus casarões foram abandonados e Jaraguá se reduziu a um passado glorioso.

Atualmente, o bairro está passando por uma transformação profunda, o projeto de Revitalização de Jaraguá está instalando no local um complexo turístico e cultural. Através dessa iniciativa, será desenvolvido ao clima de prosperidade, ao mesmo tempo em que divulga as raízes e a tradição de Maceió e de Alagoas.



TABULEIRO DOS MARTINS

Tudo começou com um sítio do casal João Martins Oliveira e Stella Cavalcante de Oliveira, viveram unidos durante 51 anos, e tiveram dez filhos. Um casal exemplar, íntegro, querido pelos pobres, amigo de todos. Ninguém pagava aluguel de suas casas. Abriu ruas e o pequeno sítio foi se transformando num novo bairro, que, por justiça, se chamou Tabuleiro dos Martins, uma homenagem do povo ao seu fundador.

Tudo era difícil naquela época. Não existia água canalizada, nem energia elétrica. O transporte era feito num velho ônibus, chamado sopa, que descia a ladeira até chegar Fernão Velho, onde se pegava o trem para chegar a capital.

Seu Martins participava ativamente de tudo: fornecia lenha para a fabrica de tecido de Fernão Velho, garantia água para a população e assim se tornou chefe político, econômico e até espiritual da comunidade.


O bairro foi crescendo desordenadamente. Foi construída uma praça, Praça João Martins, homenagem ao fundador João Martins de Oliveira. Novas ruas foram surgindo assim como a feira livre, hoje uma das maiores do estado.
O bairro ampliou-se para o lado oposto da pista, e recebeu o distrito industrial, conjuntos residenciais e dezenas de casas comerciais. Foi também no bairro que a Petrobrás descobriu as maiores jazidas de petróleo.

Hoje o bairro é dividido em dois: Tabuleiro Velho (onde tudo começou com o sitio de João Martins) e o Tabuleiro Novo, com os conjuntos habitacionais e as indústrias, localizadas no Distrito Industrial.

O bairro ganhou agências bancárias, feira livre, supermercados, hiper mercados, mercadinhos, farmacias e tantos outros estabelecimentos comerciais de pequeno e médio porte, além de escolas, postos de saúde e outros serviços.

Com o seu crescimento o bairro perdeu sua tranqüilidade e se tornou num agitado corredor de transporte, mercadoria e pessoas por todos os lados.

O bairro é formado por dezenas de ruas e becos. A feira livre é vista como ponto principal do bairro, e é considerada uma das maiores do estado, perdendo somente para o bairro da levada, Maceió, e a de Arapiraca.

BENEDITO BENTES tornou-se um bairro, mas parece uma cidade.

Quando foi construído, em 1986 o Conjunto Residencial Benedito Bentes era considerado um "fim de mundo". Só morava lá quem não tinha condições de pagar um aluguel ou comprar uma casa na cidade. Aos poucos, os moradores foram se adaptando à distância, ganharam novas linhas de ônibus e o comércio começou a crescer.

Hoje, o Benedito Bentes virou "uma cidade" e até já tramitou na Câmara Municipal um projeto para transformar o conjunto num município, considerado sua imensidão. Não vingou, mas evoluiu e tornou-se bairro. Mas seus moradores se sentem independentes.O comércio absorve quase toda extensão da avenida principal, com lojas dos mais variados ramos de negócios.O novo bairro, considerando outros conjuntos menores construídos em seu redor, talvez já seja maior que a cidade de Palmeira dos Índios.


Em 2002 a Associação de Moradores convidou o Engenheiro e escritor Carlito Lima para coordenar um trabalho de planejamento do bairro. Com a participação da comunidade e todos os segmentos de moradores, o resultado foi impressionante. Até os detalhes do diagnóstico, do levantamento de problemas, das soluções e sugestões dadas. E deram um belo e sugestivo título ao trabalho: "O Benedito Bentes que nós Queremos". Este trabalho foi para atender a lei federal 10.257 de julho de 2001 - O Estatuto da Cidade. Carlito Lima ficou surpreso em saber que a maioria dos moradores não sabe quem foi Benedito Bentes. O engenheiro contou esta história: “Nos anos 30, vindo do Amazonas, aportou por essas bandas um cidadão de nome Manoel Bentes com sua família”. Ficou encantado com as águas verdes da praia da Avenida e disse que aqui ficaria para sempre com sua mulher e seus quatros filhos: José, Benedito, Ana e Terezinha. Criou seus meninos, deu-lhes educação, viveu como se alagoano fosse, trabalhou, prosperou e ficou amando essa bela Alagoas.Todos os filhos casaram-se com alagoanos misturando o sangue manaura com os caetés das Alagoas. Dona Ana com o médico Manoel Menezes. José de Anchieta foi para Escola Militar; já oficial do Exército casou-se com Dona Izolina. Dona Terezinha, esportista e mulher de fibra, deu a vida trabalhando dedicando-se à Cruz Vermelha casou-se com Júlio Normande, também esportista, e com 60 anos ainda jogava futebol da praia da Avenida. E finalmente Benedito Geraldo do Vale Bentes, que se casou com Vega, filha de Heráclito Lima, o maior propietário de coqueiros de Alagoas. Essa família povoou o Estado, existem netos, bisnetos, tataranetos. Bentes por todos os cantos das Alagoas, tudo brava gente.


Filho de Manoel Gentil do Vale Bentes e Alcina Calmon do Vale Bentes, casado com Dona Vega Lima Bentes, chegou em Maceió em 1936 vindo de Manaus Amazonas. Seu pai era formado em Agronomia veio ser diretor da escola Agropecuária de Satuba onde fixou residência. Benedito Bentes, teve 5 filhos: Luciano, Marden, Humberto, Eduardo e Geraldo.

Seus irmãos coronel José Anchieta do Vale Bentes, Ana Bentes Ferreira Pinto e Terezinha de Jesus Bentes Normande. Formando em direito, mas desenvolveu a atividade de comerciante por muitos anos. Em 1961 com a eleição do major Luiz Cavalcante ao governo do estado foi por ele convidado para a presidência da CEAL aonde exerceu o cago até agosto de 1974 quando faleceu repentinamente. Na presidência da CEAL   na companhia dos diretores Napoleão Barbosa, Osvaldo Braga, Lenine de Melo mota, Mauricio Goldim, eletrificou todas as sedes dos municípios alagoanos com energia da CHESF tornando-se na época o primeiro da federação a ter todas as suas sedes dos municípios eletrificadas. Foi também presidente do SESC/SENAC em Alagoas, Diretor da Confederação Nacional do Comercio e outros cargos de destaque no cenário político e econômico de Alagoas.

Estrutura e limites do Bairro:

Benedito Bentes limita-se ao norte com município de Rio Largo, ao sul com Serraria e Jacarecica, ao Leste com Guaxuma,  Garça Torta e Riacho Doce, a Oeste com  Antares e Cidade Universitária. A lei municipal 4.952 de 6 de janeiro de 2000 determinou o limite oficial com a descrição do perímetro urbano tendo inicio no encontro da estrada para Duas Bocas (Avenida Cachoeira do Meirim) com a Rua Roberto de Farias. O Benedito Bentes é o maior bairro em área, com 24.627 Km2, com um perímetro urbano de 26.731,15 metros.

Toda esta extensão junto com o bairro de Antares fazem parte da região administrativa 6. O Bairro e formado por mais de 80 logradouros, sendo varias avenidas, os conjuntos habitacionais Benício Mendes, Frei Damião, Jardim Paraíso, João Sampaio II, Luís Pedro III, Moacir Andrade, Selma Bandeira. Os loteamentos Alvorada e Bela Vista, as grotas da Alegria e da Caveira, integram o complexo Benedito Bentes. 

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